Nem todes chegamos até aqui, foram muitas as perdas pelo caminho: clientes, parentes, amigues, 203.580 mil vidas no Brasil; 1.953.866, no mundo (às 18h45 de 12/01/2021). Foi uma longa jornada desde 17 de março de 2020.

A pandemia do Covid-19 pegou o mundo distraído e despreparado, à espera de um milagre que não chegou. O caminho mais seguro até agora é o da prevenção: máscara, higienização das mãos com álcool a 70% e distanciamento social. O vírus começou contaminando ricos e pobres, gostou mais destes e desatou a matar em larga escala. Onde a fome impera, a morte virou rotina. 

Enquanto em mais de 50 países a vacinação já começou, aqui o governo desdenha do povo e não temos ainda vacinas, plano, seringas, esperança de dias melhores. Por uma inventada pedalada fiscal, derrubamos uma Presidenta legítima. Pelas nossas vidas e as de quem amamos estamos calados, inertes. Precisamos de vacina ou iremos morrer para satisfazer o gozo de um governante que flerta com o genocídio, ao tempo em que vislumbra uma previdência com menos investimento humano e um mundo do trabalho mais escravocrata. 

As sucessivas reformas nas leis trabalhistas acabaram com conquistas históricas e não trouxeram mais postos de trabalho. A Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa e tantas estatais sob constante ataque sem fundamento; os servidores públicos acossados, o desemprego e a miséria crescendo, os direitos humanos ameaçados e todo mundo calado. Em algum lugar perdemos a coragem que as gerações anteriores tiveram de nos trazer até aqui e corremos o risco de não levar os nossos descendentes adiante. 

A justiça, com a democracia sob ataque, não pode assegurar os diretos e garantias da Constituição. Nenhum direito trabalhista foi criado no Poder Judiciário, todos surgiram da negociação sindical e da luta de quem teve coragem de não desistir. 

2021 será um ano de muito ativismo jurídico e estamos preparados para juntos com a clientela de trabalhadores e trabalhadoras da iniciativa pública e privada, dos aposentados e aposentadas, dos grupos vulneráveis e das entidades representativas, buscarmos a realização da justiça. Mas sem a luta social pelo restabelecimento pleno da democracia no Brasil, falharemos.

Chegar até aqui já foi muita coisa, mas precisamos mais. Para um Brasil verdadeiramente justo e igualitário em 2021, nós que formamos o BRITTO, INHAQUITE, ARAGÃO, ANDRADE E ADVOGADOS ASSOCIADOS – ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA OPERÁRIA desejamos vacina e coragem!